O etarismo ainda persiste em muitas organizações e limita um dos pilares mais importantes da diversidade: a pluralidade de experiências. Profissionais mais maduros oferecem visão estratégica, resiliência e capacidade de julgamento refinada, qualidades que se perdem quando são subestimados ou excluídos. Valorizar a diversidade etária é, portanto, essencial para equilibrar perspectivas, enriquecer a tomada de decisão e formar equipes mais completas e eficazes.
O estudo "On the Highwire", da Korn Ferry, aponta que CHROs com trajetórias diversificadas, com passagens por cerca de 4,5empresas e 3,5 setores, têm ganhado cada vez mais valorização. Além disso, a idade média desses profissionais aumentou cinco anos desde 2023. Os dados evidenciam que longevidade e diversidade de experiências são ativos estratégicos, pois agregam maturidade e conhecimento prático à tomada de decisão e à gestão de equipes complexas.
Profissionais mais experientes oferecem competências que complementam as dos jovens talentos. Enquanto a nova geração aporta inovação, agilidade e familiaridade com tecnologias emergentes, os veteranos contribuem com visão estratégica, capacidade analítica e habilidade para gerenciar riscos e crises. Integrar esses perfis permite às empresas enfrentar desafios de forma mais equilibrada e tomar decisões mais sólidas.
Alguns gestores podem argumentar que priorizar a contratação de profissionais mais jovens traz dinamismo e reduz custos. No entanto, pesquisas da Korn Ferry e da Harvard Business Review mostram que empresas que valorizam a diversidade etária registram melhor retenção de talentos, maior engajamento e desempenho mais consistente em projetos estratégicos. Excluir profissionais maduros significa perder conhecimento valioso e aumentar o risco de decisões menos fundamentadas.
De forma complementar, em um cenário de transformação constante, a experiência adquirida em múltiplos setores e funções é uma ferramenta valiosa para antecipar tendências, identificar riscos e orientar a equipe em momentos de incerteza. Organizações que ignoram essa dimensão acabam com equipes desequilibradas e limitam a capacidade de aprendizagem coletiva.
Sendo assim, combater o etarismo é mais do que uma questão ética, é um imperativo estratégico. Celebrar diversidade etária, combinando jovens talentos com profissionais experientes, fortalece a cultura organizacional, amplia a qualidade da tomada de decisão e prepara as empresas para os desafios de um mercado cada vez mais competitivo e complexo.
*Larissa Mota é advogada, especializada em RelaçõesTrabalhistas e Sindicais pelo Centro Universitário Braz Cubas. Em 2005, fundoua Exímia, BPO especializada em terceirização de folha de pagamento e gestão debenefícios.